Quem proseia comigo

domingo, 6 de janeiro de 2013


O QUARTETO FANTÁSTICO : DEPORTADOS E PODEROSOS.


"Resolveu Daniel, firmemente, não se contaminar com as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia" (Daniel 1:8).

Ás vezes resolvemos algo em nosso coração, mas não perseveramos por que não é uma resolução FIRME.
A firmeza de Daniel o levou ao mais alto posto que pudesse pretender politicamente, mas ele sabia que se tratava de uma missão, apenas. 
Daniel, juntamente com seus amigos, não se deixava deslumbrar pelo brilho daquela nova vida à sua frente.

Os primeiros capítulos de Daniel são um resumo da sua biografia. 
Talvez nós nem precisemos ler mais nada deste livro ( ou quase nada) no intuito de aplicar à nossa vida cristã.
Com isso, não quero dizer para se desprezar o restante da narrativa, pois temos sim, excelente fonte de estudo escatológico, exemplos deliciosos de oração, fonte de sabedoria sem par...
Mas sua biografia foi planejadamente colocada ANTES de tais preciosidades.
Antes das visões extraordinárias e relatos de interpretações assustadoramente precisas de Daniel pelo seu Santo Autor.
Antes dos livramentos proporcionados por Deus  aos jovens incomuns daquela corte que era a bola da vez na Antiguidade.
Esses mesmos jovens peculiares não só se sobressaíram dentre os exilados, mas tiveram por foco o viver firmemente não em tradições, costumes ou preferências judaicas. 
Eles decidiram resolutamente que seriam de Deus para sempre, custasse o que custasse, mesmo que pagassem com suas vidas... 
Viver firmemente numa sociedade daquelas era certeza de vida curta.
Não o foi por sucessivos  milagres...
E Daniel, mesmo velho, "aposentado" de suas funções políticas, já sob outro reinado, tornou-se apenas uma lenda local.
Mas então, mais um acontecimento misterioso: mãos que escrevem na parede as palavras: pesar, medir, dividir...
Um banquete de mil pessoas zombando de Deus e Sua Santidade; UM DEUS só, zombando deles com três palavrinhas que os deixaram malucos.              
Belsazar o requisita para interpretar as inscrições na parede, oferecendo-lhe novamente um posto, mas ele recusou. 
Haveria zombaria nesta recusa ???? O velho profeta sabia que ali estava para dar só um recado.
Novamente não precisava se deslumbrar, pois o que era humanamente um reino de glória e poder indestrutíveis, nosso amigo sabia que terminaria ainda naquela noite.
Que visão! Aquele poderio todo era uma nuvem que ia passar sem deixar nem uma gota de chuva.

Nada o deslumbrava : Sua comunhão com Deus lhe bastava. E assim foi até o fim da sua vida.
Já vi lindas pregações exaltando o posto alto dos quatro amigos deportados como recompensa pela fidelidade, acho que até eu já preguei assim, nesses mais de 20 anos ensinando.
Mas agora, passo a pensar diferente.
O poder de Daniel e seus amigos deportados consistiu EXATAMENTE em desprezar o brilho efêmero destes reinos pelo brilho eterno de um reino indestrutível, que inclusive já lhe havia sido revelado.
Creio mesmo que o "quarteto", ao fazer sua primeira escolha de não se contaminar, medrosos, apreensivos, colegiais, ainda na juventude, tinham consciência de JÁ possuir o mais alto posto pretendido
por um mortal: aos pés do verdadeiro Rei.

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